Besta de Gévaudan: Lobisomem real na França.
- Wallas oliveira
- 8 de jan.
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A Besta de Gévaudan: O Mistério que Assombrou a França do Século XVIII
A lenda da Besta de Gévaudan é um dos casos mais intrigantes e assustadores da história francesa. Entre 1764 e 1767, a remota região de Gévaudan, localizada no sul da França, foi palco de uma série de ataques brutais atribuídos a uma criatura misteriosa. O caso gerou pânico, investigações e especulações que persistem até os dias de hoje. Vou te contar um pouco sobre esse momento brutal na história francesa.

O início dos ataques
Tudo começou em junho de 1764, quando uma jovem de 14 anos, Jeanne Boulet, foi atacada fatalmente enquanto cuidava de um rebanho. Relatos semelhantes começaram a surgir rapidamente. Camponeses descreveram a criatura como um animal grande, com presas afiadas, pelagem avermelhada e uma faixa escura nas costas. Alguns comparavam a besta a um lobo gigantesco, mas outros acreditavam que era algo muito mais estranho, talvez sobrenatural.
A partir daí, a Besta de Gévaudan se tornou uma ameaça constante. Em pouco mais de três anos, estima-se que a criatura tenha matado entre 60 e 100 pessoas, muitas delas mulheres e crianças. As vítimas geralmente apresentavam ferimentos graves no pescoço e na cabeça, sugerindo que o ataque visava esmagar ou decapitar.
Reação da sociedade e investigações
A região de Gévaudan era isolada, e os recursos para enfrentar a ameaça eram escassos. No entanto, os ataques logo chamaram a atenção nacional. O próprio rei Luís XV enviou caçadores experientes para lidar com a situação. Entre eles, o capitão Duhamel e François Antoine, porteiro real de armas, organizaram grandes caçadas.
Em setembro de 1765, François Antoine afirmou ter matado um grande lobo que acreditava ser a besta. A criatura foi empalhada e enviada a Versalhes como troféu. No entanto, os ataques continuaram, levantando dúvidas sobre se o verdadeiro responsável havia sido eliminado.
Muitas teorias levantavam questões sobrenaturais por serem baseadas em relatos de sobreviventes. Por exemplo, a maioria dos homens atacados não tinha mais do que 36 anos, os alvos eram pessoas frágeis, presas fáceis.

O fim dos ataques
Primeiro ouve um abate do que poderia ser a besta, creditado a um caçador chamado: Antoine de Beauterne Marques.

O animal, batizado de Le Loup de Chazes, pesava 64 quilos, tinha 87 centímetros de altura e 183 centímetros de comprimento total. Em seu relatório oficial, François Antoine declarou: "Nós afirmamos, por meio deste documento assinado por nossas mãos, que nunca vimos um lobo tão grande que pudesse ser comparado a este. Por isso, acreditamos que possa ser a temível besta que causou tanto estrago." O corpo do animal foi empalhado e enviado a Versalhes, onde Antoine foi recebido como um herói. Ele recebeu uma grande soma de dinheiro, além de títulos e prêmios como recompensa por sua façanha.
No entanto, apenas algumas semanas depois, em 2 de dezembro do mesmo ano, novos ataques foram registrados. Duas crianças ficaram gravemente feridas, e dezenas de outros incidentes violentos começaram a ser relatados novamente, indicando que a verdadeira ameaça ainda não havia sido eliminada.
Outra besta foi abatida
Acredita-se que a besta foi finalmente morta em junho de 1767 por Jean Chastel, um caçador local. De acordo com a lenda, Chastel usou balas de prata para abater a criatura, um elemento que contribuiu para o misticismo em torno do caso. Após essa morte, os ataques cessaram, embora alguns duvidem que a criatura abatida fosse de fato a responsável.
Teorias sobre a besta
O caso da Besta de Gévaudan gerou diversas teorias ao longo dos séculos. Alguns acreditam que a criatura era um lobo de tamanho incomum ou uma alcateia coordenada. Outros sugerem que se tratava de uma hiena ou um animal exótico trazido para a França. Há até quem diga que a besta foi um híbrido criado por cruzamento experimental ou mesmo um humano transformado em lobisomem.
Existem alegações de que poderia ser algum assassino em série, devido à preferência por mulheres e crianças.
O mistério da Besta de Gévaudan permanece vivo, alimentando histórias, livros e filmes. Embora nunca saibamos com certeza o que realmente aconteceu, o caso é um lembrete poderoso do impacto que eventos inexplicáveis podem ter em uma comunidade. Com relatos aterrorizantes e poucas respostas definitivas, a lenda da besta continua a intrigar, misturando história, folclore e especulação.
Na arte e cultura existem diversos filmes e documentários que exploram esse tema e valem a pena ser conferidos:
Filme: O Pacto dos Lobos (Le Pacte des Loups, 2001)Este filme francês mistura ação, mistério e terror ao recriar os eventos em torno da Besta de Gévaudan. A história combina elementos históricos e fictícios, incluindo conspirações e lutas épicas, com uma estética marcante e cenas de combate coreografadas.
Documentário: The Real Wolfman (2009)Produzido pelo History Channel, este documentário investiga os ataques atribuídos à Besta de Gévaudan e explora as possíveis explicações para o fenômeno, desde teorias sobre lobos até especulações sobrenaturais.
Livro: The Beast of Gévaudan: Tracking the Mystery of the French Werewolf (2007)Escrito por Jay M. Smith, este livro examina detalhadamente o contexto histórico, os ataques, as investigações e as teorias em torno da besta, proporcionando uma análise acadêmica e envolvente do mistério.
Série de TV: Mystery Hunters (Episódio "The Beast of Gévaudan", 2003)Este episódio da série infantil-investigativa explora o caso da Besta de Gévaudan de forma acessível, analisando relatos históricos e teorias sobre a identidade da criatura.
Livro: Loup, y es-tu? (2001)Escrito por Michel Louis, este livro em francês investiga os acontecimentos e oferece uma abordagem histórica detalhada sobre a Besta de Gévaudan, com foco em suas vítimas, as caçadas e os possíveis culpados.
































































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